segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A CASA BENNET



O nevoeiro, não muito espesso, mas excessivamente viscoso, que envolvia Restington e dava um aspecto sobrenatural às árvores outonais, estendendo uma espécie de teia de aranha sobre as tamargueiras, obrigou Henry Ivor a fechar a janela para expelir o vento sibilante e o ruído que vinha da praia.
Raramente escrevia após o chá sem a companhia do ar fresco, e ia deixar a pena quando o mordomo entrou.
    - Senhor, um casal o procura. É o mesmo que esteve aqui antes, quando o senhor se achava ausente.
    - Diga a eles que me esperem lá embaixo!  Respondeu Henry, questionando o motivo do casal estar a sua procura, ele era escritor de livros sobre ficção e acontecimentos sobrenaturais, não considerava público adulto como leitores, já que os seus livros eram mais comprados por adolescentes. Chegando na sala onde os visitantes o aguardavam, Henry começa a reparar no casal, o homem apresentava pele pálida, roupas antigas, porém com ótimo estado, grisalho, a mulher, loira, com seus 40 e poucos anos aguardava servindo-se de uma xícara de chá, ambos pareciam respeitáveis.
Em meio ao diálogo Henry os questiona:
    - Então, qual é o real motivo que os traz aqui?
    - Estamos interessados em comprar esta propriedade, sabemos que ela não está a venda, mas gostaríamos de insistir.
A reação de surpresa no rosto de Henry já era esperada, porém, pede ao casal para que se retire, não estava nem um pouco interessado em vender sua propriedade, o casal entende e se retira tranquilamente, Henry olha pela janela e já não pode mais vê-los, nenhum carro os esperava lá fora, como teriam vindo até ali?
Henry retorna a seus aposentos e deita em sua enorme cama, merecia uma boa noite de sono. Isso poderia não ser tão fácil. Henry acorda, madrugada, no canto de seu quarto, o casal estava em pé, eles somem em pleno ar, e reaparecem em frente a porta do seu quarto, dizendo-lhe:
    - Saia, agora!
Henry acordo o mordomo e o avisa a respeito do casal, sai de sua propriedade e vai para um hotel, pesquisa os nomes do casal, e descobre que eles, eram os antigos donos da sua propriedade, haviam morrido a vinte anos, mal podia acreditar que após escrever tantas histórias de terror e acontecimentos sobrenaturais, sua vida havia se tornado uma.
Henry jamais retornou a sua antiga casa, começou a escrever sobre sua experiência sobrenatural, e com os detalhes, ficou ainda mais famoso.

Texto produzido pelo aluno Igor Rafael Schulz nas aulas de português da professora Micheli Bonazza



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