O nevoeiro, não muito espesso, mas excessivamente viscoso, que
envolvia Restington e dava um aspecto sobrenatural às árvores outonais,
estendendo uma espécie de teia de aranha sobre as tamargueiras, obrigou Henry
Ivor a fechar a janela para expelir o vento sibilante e o ruído que vinha da
praia.
Raramente escrevia após o chá sem a companhia do ar fresco, e ia deixar
a pena quando o mordomo entrou.
- Senhor, um casal o procura. É o mesmo que
esteve aqui antes, quando o senhor se achava ausente.
- Diga a eles que me esperem lá
embaixo! Respondeu Henry, questionando o
motivo do casal estar a sua procura, ele era escritor de livros sobre ficção e
acontecimentos sobrenaturais, não considerava público adulto como leitores, já
que os seus livros eram mais comprados por adolescentes. Chegando na sala onde
os visitantes o aguardavam, Henry começa a reparar no casal, o homem
apresentava pele pálida, roupas antigas, porém com ótimo estado, grisalho, a
mulher, loira, com seus 40 e poucos anos aguardava servindo-se de uma xícara de
chá, ambos pareciam respeitáveis.
Em meio ao diálogo Henry os questiona:
- Então, qual é o real motivo que os traz
aqui?
- Estamos interessados em comprar esta
propriedade, sabemos que ela não está a venda, mas gostaríamos de insistir.
A reação de surpresa no rosto de Henry já era esperada, porém, pede ao
casal para que se retire, não estava nem um pouco interessado em vender sua
propriedade, o casal entende e se retira tranquilamente, Henry olha pela janela
e já não pode mais vê-los, nenhum carro os esperava lá fora, como teriam vindo
até ali?
Henry retorna a seus aposentos e deita em sua enorme cama, merecia uma
boa noite de sono. Isso poderia não ser tão fácil. Henry acorda, madrugada, no
canto de seu quarto, o casal estava em pé, eles somem em pleno ar, e reaparecem
em frente a porta do seu quarto, dizendo-lhe:
- Saia, agora!
Henry acordo o mordomo e o avisa a respeito do casal, sai de sua
propriedade e vai para um hotel, pesquisa os nomes do casal, e descobre que
eles, eram os antigos donos da sua propriedade, haviam morrido a vinte anos,
mal podia acreditar que após escrever tantas histórias de terror e
acontecimentos sobrenaturais, sua vida havia se tornado uma.
Henry jamais retornou a sua antiga casa, começou a
escrever sobre sua experiência sobrenatural, e com os detalhes, ficou ainda
mais famoso.
Texto produzido pelo aluno Igor Rafael Schulz nas aulas de português da professora Micheli Bonazza
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